Enofilia - A visita não bebe, o que fazemos?

Não é tão incomum encontrarmos em eventos sociais amigos ou parentes que não apreciam bebidas alcoólicas  seja esse evento uma simples saída pra um bar ou um jantar em casa. Confesso que a maioria esmagadora das pessoas com que convivo bebe, e bebe bem. No entanto, já passei por esse tipo de situação mais de uma vez, em circunstâncias diferentes, algumas mais problemáticas que outras.

Vez ou outra, em reuniões com amigos, uma pessoa da turma não estava bebendo por conta de um regime, uma gripe ou simplesmente porque não gostava de nenhum tipo de bebida. Nesses casos foi fácil decidir o que fazer: o restante da mesa serviu-se de drinques e taças de vinho, enquanto a pessoa seguiu em frente com sua água ou suco.

O dilema da etiqueta aparece quando a pessoa não bebe e você não a conhece tão bem, principalmente se ela for uma visita em sua casa. O que fazer em uma situação dessas? Simplesmente desconsiderar a escolha da pessoa e servir-se de uma taça de vinho? Ou acompanhar a pessoa em uma bebida não alcóolica? As regras da etiqueta não dizem muito sobre esse tipo de situação, então vou dizer o que eu fiz em ocasiões como essas.

É óbvio que fica chato desconsiderar a escolha do abstêmio ou tentar convencê-lo a mudar de ideia, então sempre que posso mantenho em casa uma jarra de água gelada, sucos e, às vezes, refrigerantes. Quando o nível de intimidade com a pessoa é muito baixo, simplesmente estrangulo minha vontade de beber naquele momento e me sirvo da mesma bebida não alcóolica que a pessoa. Quando o nível de intimidade já passou do menos 1, costumo perguntar se ela se incomodaria caso eu abrisse uma garrafa de vinho antes de me servir. Enfim, de fato não existe uma solução exata pra isso, mas o bom senso, a sensibilidade e o respeito à opinião alheia serão bem-vindos em qualquer momento.
Texto de Rodrigo Ferraz – Sócio-Fundador da Confraria Vinhos de Bicicleta