Uma visita ao restaurante Mocotó pode ser considerada um favor divino. E, assim como os
heróis também temos uma trajetória a percorrer para atingir a eudaimonia ou
apoteose espiritual.
O primeiro ponto nessa jornada é um
dia comum: semana passada estava conversando com alguns amigos. O passo dois
veio logo em seguida: alguém sugere um almoço no Mocotó esse final de semana.
Logo em seguida vem a terceira etapa, a recusa ao chamado à aventura: pensamos
“é longe, tem transito, mimimi” e o assunto, nesse momento, fica por isso
mesmo.
Na quarta fase, “encontro com o
mentor”, converso com meus pais, que sabem o quanto gosto de lá, e nos
encorajam a ir. No quinto ponto aceitamos a jornada e combinamos os detalhes. O
passo seis é o início da jornada: O André Kirsten
que se atrasa por causa do transito, a Bia e o Leandro que chegam antes da hora e a Paloma que vem de shorts e sem casaco nesses dias de chuva e
frio paulistano.
O restaurante fica em um sobrado na
Vila Medeiros, Zona Norte da cidade, e por volta de 25 km da onde moramos. Pelo
sucesso do chef Rodrigo Oliveira a fila na porta costuma um pouco (bem) grande.
Mas tudo é recompensado e na própria fila já dá pra pedir alguns petiscos
(invista nos chips de mandioca e nos dadinho de tapioca, além das caipirinhas e
sucos naturais).
A sétima etapa, aproximação do
objetivo, foi, como tínhamos previsto, o transito, a chuva e a bateria do GPS
acabar. Mas não desistimos! Já tínhamos andado 20 km… só mais 5… A oitava fase
foi por ai, provação máxima: andar em uma SP desconhecida, na chuva e sem GPS
dependendo do 3G da operadora…
O nono passo é o mais gostoso:
conquista da recompensa, a eudaimonia. Por quê?
Carne de sol assada com pimenta biquinho e alho – entrada |
Mocofava, minha escola, invenção da
casa; misto de caldo de mocotó com favada
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Escondidinho de carne seca
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Baião de dois (prato pequeno, tem
várias versões de tamanho)
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Creme brulee de doce de leite e umburama |
Cartola de Engenho (banana, queijo
coalho e melado)
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Pudim de tapioca com coco queimado |
Após essa farta recompensa vem a
sensação de dever cumprido; a apoteose do herói. Nada melhor para aproveitar
essa condição divina do que com uma bebida que não é desse mundo: cachaça
francesinha (cachaça com baunilha natural e umburama), que mais parece um licor
docinho e servido bem gelado.
A apoteose principal, que valeu
todo o esforço, foi quando o chef Rodrigo Oliveira (veterano meu de alguns anos
atrás em gastronomia) veio nos servir e perguntar se estava tudo bem.
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