quinta-feira, 4 de julho de 2013

Gastronomia - Restaurante Mocotó



Eudaimonia: palavra grega para a felicidade; condição concedida por favor divino

Uma visita ao restaurante Mocotó pode ser considerada um favor divino. E, assim como os heróis também temos uma trajetória a percorrer para atingir a eudaimonia ou apoteose espiritual.

O primeiro ponto nessa jornada é um dia comum: semana passada estava conversando com alguns amigos. O passo dois veio logo em seguida: alguém sugere um almoço no Mocotó esse final de semana. Logo em seguida vem a terceira etapa, a recusa ao chamado à aventura: pensamos “é longe, tem transito, mimimi” e o assunto, nesse momento, fica por isso mesmo.

Na quarta fase, “encontro com o mentor”, converso com meus pais, que sabem o quanto gosto de lá, e nos encorajam a ir. No quinto ponto aceitamos a jornada e combinamos os detalhes. O passo seis é o início da jornada: O André Kirsten que se atrasa por causa do transito, a Bia e o Leandro que chegam antes da hora e a Paloma que vem de shorts e sem casaco nesses dias de chuva e frio paulistano. 

O restaurante fica em um sobrado na Vila Medeiros, Zona Norte da cidade, e por volta de 25 km da onde moramos. Pelo sucesso do chef Rodrigo Oliveira a fila na porta costuma um pouco (bem) grande. Mas tudo é recompensado e na própria fila já dá pra pedir alguns petiscos (invista nos chips de mandioca e nos dadinho de tapioca, além das caipirinhas e sucos naturais).

A sétima etapa, aproximação do objetivo, foi, como tínhamos previsto, o transito, a chuva e a bateria do GPS acabar. Mas não desistimos! Já tínhamos andado 20 km… só mais 5… A oitava fase foi por ai, provação máxima: andar em uma SP desconhecida, na chuva e sem GPS dependendo do 3G da operadora…

O nono passo é o mais gostoso: conquista da recompensa, a eudaimonia. Por quê?

Carne de sol assada com pimenta biquinho e alho – entrada

Mocofava, minha escola, invenção da casa; misto de caldo de mocotó com favada

Escondidinho de carne seca

Baião de dois (prato pequeno, tem várias versões de tamanho)

Creme brulee de doce de leite e umburama

Cartola de Engenho (banana, queijo coalho e melado)

Pudim de tapioca com coco queimado

Após essa farta recompensa vem a sensação de dever cumprido; a apoteose do herói. Nada melhor para aproveitar essa condição divina do que com uma bebida que não é desse mundo: cachaça francesinha (cachaça com baunilha natural e umburama), que mais parece um licor docinho e servido bem gelado. 


A apoteose principal, que valeu todo o esforço, foi quando o chef Rodrigo Oliveira (veterano meu de alguns anos atrás em gastronomia) veio nos servir e perguntar se estava tudo bem. 

Idolo – super simpático e carismático

Por fim, a volta pra casa. Não lembro. Dormi feliz o caminho todo, apesar de ser co-piloto. 

E o último passo é a chegada dos viajantes transformados em casa e o que trazem de novidade e aprendizado dessa jornada. Cá estou eu contando-os da nossa aventura.

Dicas do Mocotó:
• Chegue cedo – lá pelo 12h ou vá depois das 15h se não quiser filas muito grandes
• Peça a degustação de cachaça
• Conheça o seu Zé (dono do bar e pai do chef)
• Peça porções minis para experimentar de tudo um pouco

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